Dengue: prevenção, sintomas e tratamento

08/03/2022

O verão está acabando, e com ele a chegada do outono, a estação onde ocorrem os maiores coeficientes de incidência da dengue, uma doença infecciosa febril aguda, que pode se apresentar de forma benigna ou grave, dependendo de alguns fatores, entre eles: o vírus envolvido, infecção anterior pelo vírus da dengue e fatores individuais como doenças crônicas (diabetes, asma brônquica, anemia falciforme).

O vírus do dengue pertence à família dos flavivírus e é classificado no meio científico como um arbovírus, os quais são transmitidos pelos mosquitos Aedes aegypti. São conhecidos quatro sorotipos: 1, 2, 3 e 4.

Prevenção

A melhor forma de se evitar a dengue é combater os focos de acúmulo de água, locais propícios para a criação do mosquito transmissor da doença. Para isso, é importante não acumular água em latas, embalagens, copos plásticos, tampinhas de refrigerantes, pneus velhos, vasinhos de plantas, jarros de flores, garrafas, caixas d´água, tambores, latões, cisternas, sacos plásticos e lixeiras, entre outros.

Sintomas

São eles: febre, dor de cabeça, dores pelo corpo, náuseas ou até mesmo não apresentar qualquer sintoma. Também podem aparecer manchas vermelhas na pele, sangramentos (nariz, gengivas), dor abdominal intensa e contínua e vômitos persistentes. Esses últimos sintomas podem indicar um sinal de alarme para dengue hemorrágica, que é um quadro grave que necessita de imediata atenção médica visto que pode ser fatal.

Vale destacar que é de extrema importância procurar orientação médica ao surgirem os primeiros sintomas, pois as manifestações iniciais podem ser confundidas com outras doenças, como febre amarela, malária ou leptospirose e não servem para indicar o grau de gravidade da doença.

Todos os quatro sorotipos de dengue 1, 2, 3 e 4 podem produzir formas assintomáticas, brandas e graves, incluindo fatais. Assim, deve-se levar em consideração três aspectos:

  1. Todos os quatro sorotipos podem levar ao dengue grave na primeira infecção, porém com maior frequência após a segunda ou terceira, sem haver diferença estatística comprovada se após a segunda ou a terceira infecção;
    2. Existe uma proporção de casos que têm a infecção subclínica, isto é, são expostos à picada infectante do mosquito Aedes aegypti, mas não apresentam a doença clinicamente, embora fiquem imunes ao sorotipo com o qual se infectaram; isso ocorre com 20 a 50% das pessoas infectadas;
    3. A segunda infecção por qualquer sorotipo do dengue é predominantemente mais grave que a primeira, independentemente dos sorotipos e de sua sequência. Contudo, os sorotipos 2 e 3 são considerados mais virulentos.

É importante lembrar que muitas vezes a pessoa não sabe se já teve a doença por duas razões: uma é que pode ter tido a infecção subclínica (sem sinais e sem sintomas), e outra é pelo fato da facilidade com que o dengue, principalmente nas formas brandas, pode confundir-se com outras viroses febris agudas.

Transmissão

A dengue é transmitida pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti, não havendo transmissão pelo contato direto com um doente ou suas secreções, nem por meio de fontes de água ou alimento.

Tratamento

Todas as pessoas com febre de menos de sete dias durante uma epidemia e/ou período de maior incidência da doença, ou por casos suspeitos de dengue, cuja evolução não é possível prever, devem procurar tratamento médico onde algumas rotinas estão estabelecidas para o acompanhamento, conforme a avaliação clínica inicial e subseqüente, quanto a possibilidade de evolução para gravidade. A hidratação oral (com água, soro caseiro, água de coco), ou venosa, dependendo da fase da doença, é a medicação fundamental e está indicada em todos os casos em abundância.

Vale lembrar que não devem ser usados medicamentos à base de ácido acetil salicílico e antiinflamatórios, como aspirina e AAS, pois podem aumentar o risco de hemorragias.

A melhor forma de erradicar a dengue é a PREVENÇÃO. Fique de olho!

Fontes:

Fundação Oswaldo Cruz
Ministério da Saúde