Os perigos das queimadas no Brasil e como se proteger dos riscos pulmonares

18/09/2024

As queimadas no Brasil são um problema recorrente, especialmente durante a estação seca, quando vastas áreas de floresta e vegetação são destruídas pelo fogo, Mas, em 2024, o país enfrenta uma grave crise com um número recorde de focos registrados em diversas regiões. A Amazônia, o Pantanal, o Cerrado e a Mata Atlântica sofrem com o avanço das chamas, que devastam a biodiversidade, prejudicam a qualidade do ar e contribuem para o aquecimento global. A combinação de fatores como o desmatamento, a seca e a ação humana criminosa intensifica a situação, exigindo esforços urgentes de combate e prevenção para proteger o meio ambiente e a saúde da população.

Isso tem gerado  uma série de consequências ambientais, sociais e para a saúde pública. Entre os impactos mais preocupantes está a poluição do ar causada pela grande liberação de fumaça e partículas tóxicas, que representam sérios riscos à saúde respiratória.

Como as queimadas afetam a saúde pulmonar

A queima de biomassa, como árvores, arbustos e gramíneas, libera uma mistura complexa de gases e partículas finas, conhecidas como material particulado (MP). Essas partículas, especialmente as de tamanho reduzido (MP2,5), conseguem penetrar profundamente nos pulmões e, em alguns casos, alcançar a corrente sanguínea, o que pode desencadear uma série de problemas respiratórios e cardiovasculares.

Os grupos mais vulneráveis, como crianças, idosos e pessoas com doenças respiratórias pré-existentes, como asma, bronquite ou doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), são os mais afetados pela exposição à fumaça das queimadas. Esses indivíduos podem apresentar sintomas como tosse persistente, falta de ar, chiado no peito, irritação nos olhos e na garganta, além de um aumento nas internações hospitalares devido a complicações respiratórias.

Riscos pulmonares de longo prazo

A exposição contínua a altos níveis de poluição decorrente das queimadas pode levar a problemas crônicos de saúde. Estudos mostram que a inalação prolongada de partículas tóxicas pode aumentar o risco de doenças pulmonares graves, como o câncer de pulmão e fibrose pulmonar. Além disso, há evidências de que a exposição à poluição por fumaça pode prejudicar o desenvolvimento pulmonar em crianças, comprometendo sua saúde ao longo da vida.

 

Como se proteger dos riscos das queimadas

– Monitore a qualidade do ar: Em épocas de queimadas, é importante acompanhar índices de qualidade do ar por meio de aplicativos ou sites especializados. Se a qualidade do ar estiver em níveis perigosos, evite sair de casa ou realizar atividades físicas ao ar livre.

– Mantenha os ambientes fechados e limpos: Em dias com alta concentração de fumaça, mantenha janelas e portas fechadas para impedir a entrada de poluentes. Usar purificadores de ar ou filtros de ar-condicionado pode ajudar a melhorar a qualidade do ar dentro de casa.

– Hidrate-se e umidifique o ar: A fumaça pode irritar as vias respiratórias e ressecar as mucosas. Beber bastante água e usar umidificadores de ar podem ajudar a aliviar o desconforto e prevenir problemas respiratórios.

– Use máscaras de proteção adequadas: Máscaras com filtros PFF2 (equivalentes às N95) são eficazes para filtrar partículas finas presentes na fumaça. Elas podem ser uma boa opção para quem precisa sair de casa em dias de má qualidade do ar.

– Procure ajuda médica em casos de agravamento dos sintomas: Se você ou alguém de sua família começar a apresentar sintomas respiratórios graves, como dificuldade para respirar, dor no peito ou tosse persistente, procure atendimento médico imediatamente.

As queimadas no Brasil representam não apenas uma ameaça ambiental, mas também um perigo significativo para a saúde pública, especialmente no que diz respeito à saúde pulmonar. Proteger-se da exposição à fumaça é crucial, sobretudo para os grupos mais vulneráveis. Adotar medidas de prevenção e monitoramento da qualidade do ar pode fazer a diferença para evitar complicações graves e garantir o bem-estar da população em tempos de crise ambiental.

 

Por: Danielle Távora